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Introdução ao Livro de Gênesis - Parte 3/11 (Estrutura)

A Estrutura do Livro

Genesis_estrutura

A estrutura de Gênesis é cuidadosamente organizada para guiar o leitor por uma progressão histórica e teológica, desde a criação do universo até o estabelecimento de uma linhagem escolhida, que será o canal das promessas redentoras de Deus. A divisão básica de Gênesis em duas seções principais (Gênesis 1–11 e Gênesis 12–50) reflete essa progressão e permite que o livro seja lido tanto como uma introdução universal à criação e à condição humana quanto como uma preparação para a história da redenção que será desdobrada ao longo da Bíblia.


a) Primeira Parte: Gênesis 1–11 — Os Primeiros Eventos (Criação ao Dilúvio)


A primeira seção da estrutura de Gênesis é amplamente focada em eventos universais. Abrange a criação do mundo, a queda da humanidade, o primeiro homicídio, o dilúvio e a dispersão da humanidade após a torre de Babel. Esses capítulos são considerados relatos fundacionais para a compreensão da condição humana e da necessidade de redenção. A queda, em particular, introduz o problema do pecado, que se torna o tema central da teologia bíblica. A primeira seção de Gênesis é amplamente focada em eventos universais. Abrange a criação do mundo, a queda da humanidade, o primeiro homicídio, o dilúvio e a dispersão da humanidade após a torre de Babel. Esses capítulos são considerados relatos fundacionais para a compreensão da condição humana e da necessidade de redenção. A queda, em particular, introduz o problema do pecado, que se torna o tema central da teologia bíblica.


A estrutura interna dessa seção é dividida em ciclos narrativos que abordam os primeiros atos de Deus e a resposta da humanidade:


o   Criação (1:1–2:3): Descreve a criação de tudo, enfatizando a soberania e a bondade de Deus ao criar o universo.

o   A Criação e a Queda do Homem (2:4–3:24): Narra a criação da humanidade, o Éden e o primeiro pecado, estabelecendo a origem do pecado e suas consequências.

o   O Fratricídio e a Corrupção da Humanidade (4:1–6:8): A narrativa de Caim e Abel e a corrupção geral da humanidade antes do dilúvio.

o   O Dilúvio e a Aliança com Noé (6:9–9:17): A história do dilúvio, retratando o julgamento de Deus e Sua promessa de nunca mais destruir a terra por água.

o   A Dispersão das Nações (10:1–11:32): Inclui a genealogia das nações e o episódio da torre de Babel, mostrando a dispersão dos povos e preparando o cenário para a chamada de Abraão.


b) Segunda Parte: Gênesis 12–50 — Os Patriarcas (História de Abraão a José)


A segunda seção da estrutura de Gênesis é centrada na história dos patriarcas: Abraão, Isaque, Jacó e José. Aqui, a narrativa se torna mais pessoal e familiar, focalizando a linhagem escolhida que será o veículo da bênção de Deus para todas as nações. Este segmento mostra o início da relação de aliança de Deus com um povo específico, que culminará em Israel.


o   História de Abraão (12:1–25:11): A chamada de Abraão, a promessa da terra e da descendência, a aliança e o teste de Abraão no sacrifício de Isaque. Este ciclo sublinha a fidelidade de Deus e a importância da fé.

o   História de Isaque e Jacó (25:12–36:43): Narra a promessa dada a Isaque e a Jacó, incluindo a rivalidade entre Jacó e Esaú, a experiência de Jacó em Harã, e seu retorno à terra prometida. Essa seção enfatiza o cumprimento da promessa através das gerações.

o   História de José (37:1–50:26): Relata a trajetória de José do cativeiro ao poder no Egito e a reconciliação com seus irmãos, destacando a providência de Deus em situações adversas para cumprir Seu propósito redentor.


A Estrutura Literária dos Toledot


Um elemento da estrutura que é importante em Gênesis é a repetição da palavra hebraica toledot ("gerações" ou "história"), que aparece dez vezes ao longo do livro para introduzir novas seções narrativas (cf. Gênesis 2:4, 5:1, 6:9, 10:1, 11:10, 11:27, 25:12, 25:19, 36:1, 37:2). Esta expressão cria um ritmo narrativo e serve para dividir o livro em unidades temáticas e genealógicas, cada uma focada em um desenvolvimento significativo na linhagem que levará à nação de Israel e, finalmente, ao Messias.


Estrutura e Teologia


A estrutura de Gênesis é funcional tanto para a história quanto para a teologia, pois ela conecta a criação do mundo com o propósito redentor de Deus para a humanidade. Como observa o teólogo reformado Bruce Waltke, em seu comentário Gênesis, o livro é organizado para ensinar que Deus está no controle soberano da história e que Sua fidelidade se manifesta através de alianças com pessoas específicas, cuja descendência trará a salvação ao mundo. Assim, a estrutura não apenas facilita a leitura, mas também reforça a teologia central do livro: o Deus criador e soberano está realizando Sua promessa redentora ao longo da história.

A estrutura de Gênesis, ao conduzir o leitor desde o mundo antigo e seus primeiros habitantes até a história dos patriarcas, estabelece o fundamento teológico para a narrativa bíblica e para a compreensão do papel central de Israel e da promessa messiânica que se concretiza na Nova Aliança.


Bibliografia:


  • Ellisen, S. A. - Conheça melhor o Antigo Testamento.

    (Esquema e divisão estrutural de Gênesis.)

  • Kaiser Jr., W. C. - O Plano da Promessa de Deus.

    (Explicação da estrutura de Gênesis como narrativa de criação, queda e redenção.)

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